terça-feira, 29 de abril de 2008

MAVOclasta


Arremessei a corda ao sol
medi com suor o rastro do vento
o papel que rabisquei aqueles pratos
ficou lá embaixo, no acampamento.


Acordarei em manhãs calorosas
pra me colocar entre as fendas
e tateando a textura das rochas
com o desprezar de oferendas.


Provar deste gosto é a corda no pescoço
é caminhar com o corpo suspenso
me movendo por impulso
a respiração, o coração, tu-do fi-ca tenso.


Subindo altura de acordes,
com um jeito provocante
abracei a minha morte
quando o frio se tornou cortante.


Teci erros, amei ingratos...
Mas me agarrei pelo bom senso
e o meu corpo foi bem mais alto
que a fumaça do seu incenso.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tecendo as teias

Primeira Porta

Reconhecendo teus cenários
onde elementos se recriam
me ambientando nos horários
em que teus olhos já não brilham.

Segunda Porta

Me desenho entre as formas
compartilho um sentido
nas lembranças há reformas
do inconsciente oprimido.

Terceira Porta

Por teus padrões já torno exposto
as imagens arquivadas
e nos sonhos prova o gosto
das imagens reformadas.

sábado, 19 de abril de 2008

Casa branca

Hospitalidade

do Lat. hospitalitate

s. f.,
acto de hospedar;
qualidade de quem é hospitaleiro;
liberalidade que se pratica, alojando gratuitamente alguém;
por ext. acolhimento afectuoso.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Lindinho *-*


O menino e o coelho


Eu vi isto,
então desisti de construir calhas entorno do meu coração.

Elas iam me garantir que os meus sentimentos não transbordassem, iam protege-los e me permitir ter controle sobre pra onde eles caminham e pra onde me levam.

Entretanto,

Eu-vi-isto!

E eu não posso negar que amo seu carinho de menino.

domingo, 6 de abril de 2008

Casa Preta


Sinestesia


Eu gostaria de acender as velas do fim,
mas quando ele vier posso nem estar aqui.
Deixarei ratoeiras em lugares estratégicos
para que alguns sintam em si, a própria vergonha, a qual têm evitado.

Só o cheiro da madeira já nos manteve aquecidos.
Entre os que dizem a verdade com vozes de serpentes fomos os menos capazes de torturar a mente com maus pensamentos, movendo-nos apenas para evitar o xeque.

A velha sensação de que se sabe bem o que está fazendo, perde-se no Black n' White do caminho. As vezes as peças param numa casa branca e de repente tudo se converte em entendimento, mas as próximas jogadas podem leva-las à uma posição mais obscura e a casa preta nem sempre nos camufla de nossos adversários.

A trança nos meus cabelos escuros faz com que eles pareçam menos revoltosos contra mim, eu desconfio por muitas vezes ficarem a favor do vento. São as linhas por fora e por dentro que dão peso a este meu argumento.

Não soube de ninguém que neste jogo contasse as casas [além de mim mesma], mas o próximo movimento me leva pra uma casa preta, bem no centro do tabuleiro e já é de se esperar que as peças menores reajam e saiam já do meu caminho.