sábado, 29 de setembro de 2007

"Inverno de Dante"


~Eu sussurrei o inverno nos seus ouvidos
e você sentiu até frio~

~Não que eu pudesse congelar-te os nervos,
mas detêr seus atos~

~Já foi mais que o suficiente
embora a neve nos devorasse~

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Traços

Arte Yin em noite de sexta-feira, nada mais saudavel ou merecido.

Linhas, traços e pontos

Manchado de tinta até os cabelos
pontilhou papiros com idéias loucas
em seguir a linha dos pensamentos
fez esquerdas caminhadas com a embriaguez das mãos.


E dizia:
"Voltarei a mim, em breve"
em nada quis objetivar-se
e falavam
linhas, traços e pontos.

Estes pretendiam chegar na tua aurora
e fazer cantar os pássaros
e secar a lenha
e curar teus sentidos.

E diziam:
"Voltarei de ti, a tarde"
e nem quis citar a hora
eis que na incerteza bailavam
linhas, traços e pontos.

Nem que os sonhos se intrometam
interceptando o sussurro da noite que enviei;
lhe dará cor de sangue,
mas culpado serei eu.

Que disse:
"Serei teu nesta noite"
nem deixei perfume
e já fazia sol quando cantavam
linhas, traços e pontos.

Se eu lhe roubasse de ti
e em teu espirito percorressem
as ondas de minha voz
já seria acusado.

E fiz dizer:
"Já fui seu, serei meu agora"
e fazia ser dito
em linhas, traços e pontos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Harano

Na página anterior ela fugia
os degraus eram baixinhos podia saltar-lhes facilmente.

Agora ela se foi
escapou como os pombos das praças do Vaticano.
(sem desviar do caminho)

=}

A XIII Bienal do livro aproxima-se, como na ultima vez irei nos três ultimos dias, onde comprei por R$5. livros que hoje são vendidos a R$40.

domingo, 9 de setembro de 2007

Yang

Base Esfinge-Yang da tati.

Olhando para direção do vento
quem o vê se esconde
só está perto quem agarrou-se a tempo
e não desejou descobri-lo.

Longe, longe porque deveriam estar
as estrelas brilham pra apagar o mar
no tapete das minhas vaidades dançaram muitas paixões
E eu as quis afogar.

Afogar.
Cobrir com água, inundar?
Afogar.
Cobrir com fogo, queimar?

Consumir.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Retilíneo e controverso

Inverso

Eu observei bem a sua cara amarrotada,
e quis levantar meus olhos,
fazer com que você me visse
no instante que nenhuma outra direção era mais importante.

E brincar de ser você
e patinar entre as palavras que nunca digo,
mas você diz e eu as leio.
me cobrir de esconderijos e fugir
do que eu quis que você quisesse.

A sua pele sob a luz do dia
ou a luz das minhas idéias,
(
que jamais toquei)
abraçariam tudo que eu desejei aqui.

Não saberia sua maneira de dizer
sem querer me dizer
dizendo sem querer
me querendo sem saber.

Nunca mais me dera os mesmos sonhos
eu despertava pesadelos
e dormia em lençóis
dor-mi-a em lençóis.


Então darei a ti,
uma dose tinta que eu desejei de você mesma.

Corpo profano
te firo de longe.
Corpo marcado
te queimo em noites frias
te arrasto nos átrios de tua própria loucura
me afogo na cor, no calor do teu sangue.

Corpo profano
de carne perfurada
e pescoço retorcido.
Ainda vens procurar a dor?
tome as laminas da minha sede
crave as unhas no peito de teu predador.

Corpo profano
criaste para ti uma serpente
renunciaste tua pureza humana.
Sorvido de ti teu sangue
ficou a carne e pó
a sombra, e nenhum juízo

Pro-fa-no Corpo
te negarei a beleza da noite
e o poder dos séculos
Rasgarei teus tecidos
lhe cortarei outra vez
Ao saciar minha febre morrerás.


E consumirei em silenciosos
gritos de dor.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Mural de Crabs

Eles têm uma coisa que as outras pessoas sabem reconhecer,
é útil e viciante. Esquerda; Hannar e Daniel, Direita; Rodolpho e Fianna. Eu no centro.

Ficou bonitinho ^-^

Bruxaria

Gosto de corpo, corpo sem gosto

Do tal ao qual atento desvio a tempo
Perdida na beira da eira
que este corpo jamais me queira.

Acordo entre acordes que não se concordam
Magia da terra que salpica cores
Do gosto que gosto, mas que não provo
me provoca mais horrores que sabores

O perfume das folhas enredam teu passo
Comes de minha carne, bebes do meu vinho
Da tela que sustenta a videira veio a corda, veio um laço
De longe o
aroma das uvas corromperam este compasso.

Garras nos olhos de quem te condena
Comerei a língua de quem te envenena.
Nenhum corpo lhe dará o gosto
que este afogueado e vaidoso armazena.

Alimento seguro não serpenteia
a caça me alcança, me encalça, me cerca
dos grãos da colheita, se não come, semeia
Celeiros fartos, livre de ratos.

Chaves para portas destrancadas
cortinas dançantes sem janelas
se lembrar de "esquecer" a porta aberta
certamente todo gosto de corpo sem gosto será consumido em puro desgosto.

sábado, 1 de setembro de 2007

Eu tava triste, tristinho...

Telegrama

Os de outra espécie
talvez não possam me ouvir cantar,
'inda que minhas palavras cifradas
lhes percorram a mente.

De tudo pude alimentar-me hoje
no entanto de nada pude nutrir-me.
De que foram melodias febrís
senão ponte dum céu a outro.

Suas curvas são muito aceleradas
e as retas extensas parecem curtas
minha voz pingou na estrada
dissolvendo o combustível das idéias.

Exatas.

Humanas.

Erradas.