domingo, 29 de julho de 2007

Shiatsu iconoclastico

Etimologia dos cinco reinos mutantes(5 elementos)
by iconoclasta

Deixai que estas chamas te escorram, enxarquem, molhem.
Fogo.
E que essa correnteza com furia e força desenterre profundas gotas de raízes.
Água.
Devorai extensos campos, verdes planicies rasgando e condenando a vida.
Terra.
E cada brilho a morte, o sal da má sorte arranhando seu corpo de materno porte.
Metal.
Corpo robusto, delgado fincado no que te afoguea, será cinza sobre o que cedo semeia.
Madeira.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Trevos de Três folhas

Estou sem duvida atrás da sorte, em algum momento na pista ela passou por mim tão rápido que eu nem pude agarrá-la pra perto. Mas certamente me deixou alguns mimos.
Hoje decidi não falar do passado, tudo parece bom, como uma pessoa que ama, sou feliz.

É a primeira vez que posto fotos da minha casa. Tati entre as plantas perto da janela.

23 de julho
Meado sem sorte
de todo pecado desejou a morte
fios de cortina venéfica
da chuva um sopro lhe fizera mais forte.


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pimentas aladas


Pimenta e eu na casa da minha tia Soara no dia do meu aniversário /

Foi difícil escrever uma bonita dedicatória e agradecimentos do livro, pois eu tive a ajuda de muitas pessoas e amigos queridos, que embora não estejam mais por perto fizeram toda a diferença e eu não poderia esquecer de citar.

Vai tudo bem, mas pra ficar melhor basta um amigo fujão fazer contato, bjo pro Rodolpho =**

terça-feira, 17 de julho de 2007

Rapel Aranha

Águas de Julho,
na voz de Ellis Regina e Iconoclasta, imaginem só ^^

Nada se compara a estar no alto
uns 45m pra começar
sobre rochas que num dia destruiram
noutro transformaram
e hoje construiram essa paisagem
para eu me sentir no alto.

Pra me lembrar que a natureza é grande
e eu sou pequena;
E sou filha
e sou mãe

Sou a água, filha da terra, mãe do fogo que arde nos meus impulsos e mulher do vento, e só ele me toca.
O vazio me preenche e me destrói.
Mas a terra me renova.
E já fui cinzas muitas vezes.

E meus sonhos já me alimentaram e meus desejos já me consumiram.
No primeiro metro que desci fui a caça, deixei rastro de medo.
Depois um joão-de-barro admirando a própria toca.
Em seguida um passaro azul, quem sabe num momento uma águia.
E cada metro que desci fui levada de volta a terra, de volta as raizes.

As pedras cantam mesmo se agente parar para ouvir.
cada instante é um só
um só instante de cada vez
constante vez de ser um só
ser um só, de cada vez.

A água que desce das rochas
que num minuto ganha vida
noutro a destrói
depois a transforma
e a constrói novamente, para você estar no alto(comigo).

p.s. Eu quero o meu amigo de volta, nada disso era preciso se...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

No armário...


Leknaat, meu amor,
às vezes eu penso que você vai ganhar vida e sair das páginas do meu livro...

Quem sabe meu sangue também não mata sua sede, tanto quanto a sua existencia me alimenta?

A capa está quase pronta, estou feliz.

p.s Amanha é meu aniversário!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Sobre o único Insignare Ômega

O gato ou o cão, o felino ou o chacal.
Bastet ou Anúbis.
Ou vida ou a falta dela.Eis um conto;

O servo um dia desejou passar a eternidade lacrado junto ao corpo humano de seu senhor,
na companhia das paredes recem pintadas, do cheiro de óleo e essência, de areia e
rocha úmida. Cheiro de morte.

Mas o servo achou uma saída da câmara que o prendia a seu mestre e o deixou, e como resposta a essa fuga Anúbis o condenou a vagar marcado pela origem do abismo.

De início o servo achou que poderia matar ou ferir as pessoas, mas descobriu que não. Os chacais lhe cercaram para presentea-lo com seu próprio castigo, fazendo parecer que fosse uma benção.

O centro, que é um lugar de destaque, demarca a perfeição, o divino poder da soberania, o incorruptível, onde nenhum outro lugar ou instante seria correto senão aquele, e dele não se pode fugir, esse poder os antigos egípcios associavam a figura de Anubis, o chacal.

E os chacais sempre trazem a mesma notícia. E todos sabem qual é.

"Quem parte sem dizer adeus tem medo de retornar".
Andrea, a insignare(a que eu não quis mais ter).

Hoje vou voltar a tecer alguns sonhos, sonhos de outros.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Retrospecto para os leigos

Bruxaria

Gosto de corpo, corpo sem gosto

Do tal ao qual atento desvio a tempo
Perdida na beira da eira
que este corpo jamais me queira.

Acordo entre acordes que não se concordam
Magia da terra que salpica cores
Do gosto que gosto, mas que não provo
me provoca mais horrores que sabores

O perfume das folhas enredam teu passo
Comes de minha carne, bebes do meu vinho
Da tela que sustenta a videira veio a corda, veio um laço
De longe o
aroma das uvas corromperam este compasso.

Garras nos olhos de quem te condena
Comerei a língua de quem te envenena.
Nenhum corpo lhe dará o gosto
que este afogueado e vaidoso armazena.

Alimento seguro não serpenteia
a caça me alcança, me encalça, me cerca
dos grãos da colheita, se não come, semeia
Celeiros fartos, livre de ratos.

Chaves para portas destrancadas
cortinas dançantes sem janelas
se lembrar de "esquecer" a porta aberta
certamente todo gosto de corpo sem gosto será consumido em puro desgosto.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Lance, lança, não lança...

Ísis e Maat

O que eu tenho a dizer hoje é que Leknaat está me cansando, me animando e me matando, quase algo vital e perigoso... Estranho e meio vicioso. E eu tenho vontade de segurar o livro nas minhas mãos e ter alguns momentos de uma emoção grande que agora está contida.

Eu mereço descansar dela, ela é realmente mais poderosa que eu.

Eu me rendo.

Ela me consome.

Eis o último conto e eu largo isso tudo.

Jonh Karwik

Na noite dos festivais de primavera, eu a vi na frente da Catedral de Saint Osthwarz na companhia de meu amigo K. Willian. Leknaat me foi apresentada como mulher de um ilustre cientista Austríaco que Willian conheceu dois anos atrás quando foi a Viena, mas sua pele levemente bronzeada e seus finos traços de rosto e corpo me levavam a pensar que se tratava de uma herdeira que viera de algum lugar do Oriente Médio. Meu amigo sumiu sem dar explicações e tive certeza que fora ela que o designara a algum destino misterioso. Preocupei-me, mas a dama parecia doce demais para ser capaz de fazer mal a alguém, ainda mais ao grande K. Willian, que há tempos viaja por toda a Europa sem temer qualquer perigo. Recusei-me desconfiar daquele olhar soturno, coberto de um brilho levemente perigoso, e daquelas palavras envolventes, mas sem que eu percebesse, a dama e seus encantos me conduziam para longe da cidade, para os terrenos escuros, para os portões da velha Haus Boüle* onde desde então parecia soberana sobre cada elemento presente no caminho de seu átrio.
Atravessamos o extenso jardim do casarão, eu observava as assustadoras estátuas de pedra enquanto poucos passos à frente ela desviava dos galhos pontudos das árvores
baixas e finas, não quis temer o estranho perfume de flores mortas que Leknaat deixava para trás, apenas desejava chegar até o fim. E o fim não estava tão longe quanto eu pensava, e quando subimos a escadaria da Haus Boüle, um som suave de arpejos nos recebera na escuridão do salão de entrada, e num momento, num breve lampejo talvez induzido pelo cenário sombrio, vi a figura de Anúbis me cumprimentar com um leve inclinar de cabeça. Os antigos egípcios diziam que ver um cão, a figura que representava Anúbis, no meio da noite era um mau presságio. Era o sinal de que a morte estava por perto. Mas um alemão não se importa com essas religiosidades egípcias pagãs...
Ela me deu a mão quando me viu distraído e me conduziu pelos corredores pressionando os dedos frios sobre os meus, roubando-me o calor das mãos. Naquela noite fria ela me envenenou.

terça-feira, 3 de julho de 2007

O olho de Hórus, a condenação de Nikahoptep e a filha de Ísis...


Neste instante estou fazendo uma pesquisa profunda sobre Egito Antigo, mas precisamente sobre Hieroglifos de propósito não mortuário, é dificil pois tudo na cultura Egipcia está ligado a religião e a morte.

As vezes eu me sinto presa a cenas e elementos pretéritos, mas nada se compara a uma grande civilização voltada à veneração da morte, não no sentido de adoração, mas na construção da sociedade e seus preceitos, onde o inevitável vai possuí-los e estarão a TODO o momento preparando-se para isso.

Alguns contos do meu livro precisão de muita referência e eu opto por uma literatura coerente e bem pesquisada, ¬¬""" embora isso seja mais trabalhoso é interessante que o leitor encontre alguma base na história que flutue em narrativas oníricas de um autor lunático(eu).

Hoje, 03 de julho, estarei num evento de literatura e poesia junto com a amiga Hannar, que é professora, falando dos meus contos, do livro e do processo de criação. =) Desta vez pretendo não tremer, nem beber vinho...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Sombras sem lar no balanço da noite...

Hoje estou colaborando com a elaboração da capa do livro. E é verdade, muitas pessoas compram o livro pela capa...

Nenhum passo, nenhuma capa
nem ruído subscrito
Nada, nada que pudesse
resgatar a tal passada

do ponteiro uma marca
percorrida num instante
demarcava um sentido
horário, anti-horário do segundo tal

qualquer louco adoraria
pescar fora deste tempo
muito longe perderia
a loucura de si mesmo

dentre as palhas dum celeiro
passa um vento forasteiro
empalidando negras almas
dum putero e dum convento.