terça-feira, 4 de setembro de 2007

Retilíneo e controverso

Inverso

Eu observei bem a sua cara amarrotada,
e quis levantar meus olhos,
fazer com que você me visse
no instante que nenhuma outra direção era mais importante.

E brincar de ser você
e patinar entre as palavras que nunca digo,
mas você diz e eu as leio.
me cobrir de esconderijos e fugir
do que eu quis que você quisesse.

A sua pele sob a luz do dia
ou a luz das minhas idéias,
(
que jamais toquei)
abraçariam tudo que eu desejei aqui.

Não saberia sua maneira de dizer
sem querer me dizer
dizendo sem querer
me querendo sem saber.

Nunca mais me dera os mesmos sonhos
eu despertava pesadelos
e dormia em lençóis
dor-mi-a em lençóis.


Então darei a ti,
uma dose tinta que eu desejei de você mesma.

Corpo profano
te firo de longe.
Corpo marcado
te queimo em noites frias
te arrasto nos átrios de tua própria loucura
me afogo na cor, no calor do teu sangue.

Corpo profano
de carne perfurada
e pescoço retorcido.
Ainda vens procurar a dor?
tome as laminas da minha sede
crave as unhas no peito de teu predador.

Corpo profano
criaste para ti uma serpente
renunciaste tua pureza humana.
Sorvido de ti teu sangue
ficou a carne e pó
a sombra, e nenhum juízo

Pro-fa-no Corpo
te negarei a beleza da noite
e o poder dos séculos
Rasgarei teus tecidos
lhe cortarei outra vez
Ao saciar minha febre morrerás.


E consumirei em silenciosos
gritos de dor.

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