Sexta-feira tive um dia e uma noite agradáveis, fui eu mesma e ainda pude experimentar ser outra. Isso porque escrevi(ou tentei escrever) poemas e não gosto mesmo de escrever limitada por uma harmonia ritmica ou mesmo fonética. Gosto de uma escrita livre e sem limites, onde eu posso falar de tudo e falar de nada sem mesmo suspeitar que só foi por acaso.
Vou postar algo que escrevi em Homenagem a Lord Byron, para apresentar no evento Uma Noite na Taverna, alias adorei cada momento do evento.
Quando passar pela floresta morta, não deixe vestígios seus nos galhos secos de arvores delgadas.
Corpo profano
te firo de longe.
Corpo marcado
te queimo em noites frias
te arrasto nos átrios de tua própria loucura
me afogo na cor, no calor do teu sangue.
Corpo profano
de carne perfurada
e pescoço retorcido.
Ainda vens procurar a dor?
tome as laminas da minha sede
crave as unhas no peito de teu predador.
Corpo profano
criaste para ti uma serpente
renunciaste tua pureza humana.
Sorvido de ti teu sangue
ficou a carne e pó
a sombra, e nenhum juízo
Pro-fa-no Corpo
te negarei a beleza da noite
e o poder dos séculos
Rasgarei teus tecidos
lhe cortarei outra vez
Ao saciar minha febre morrerás.
Quando passar pela floresta morta,não deixe vestígios seus nos galhos secos de arvores delgadas.

Nesta noite que foi dada a nós, afogarei a ti e teus desejos na correnteza das águas que estes ventos fizeram de mim.
Enveredaste neste caminho de águas frias e turbulentas, esquecendo que muitas ondas irão cobri-lo não para aquece-lo no escuro, mas para roubar o teu calor.
Longe de qualquer porto minhas aguas farão de ti um louco, escutará na noite o canto das sereias e navegarás num céu de escrelas soturnas invés de uma mar extenso e profundo.
Seguirá seu único caminho seguro se descobrir que no fim e no início sou uma chuva mansa (chuva pequena), mas grandes ventos fazem de mim uma grande tempestade.
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Há anos eu não volto aos textos que fizeram de mim uma louca apaixonada. Eram linhas de palavras doces que expressavam tudo o que eu gostaria de sentir e viver um dia, caso recebece a chance revelar que um mero trabalho de língua-portuguesa nunca foi razão para observar "os olhos" de ninguém.
A chance me foi cedida e logo pudemos todos(aqueles que participaram de alguma forma de toda a história naquela época, mais ou menos em maio de 2002, um ano agradável em cujos dias eu aprendi a sonhar e realizar sonhos e ainda conhecer e conquistar grandes amigos, amigos que mesmo longe estao perto, em mim, minha maneira de falar, pensar ou agir... Muitos refugios em momentos dificeis, enfim... todos esses. Senti amor, carinho, raiva, ciúmes com muitos deles e de muitos deles, e hoje estao tão inteiramente firmes aqui dentro. E eu só sei dizer o quanto foram e ainda são importantes) perceber que "os olhos" foram apenas título de uma busca muito bonita, um caminho entre árvores altas que o tempo cobriu com muitas raizes. O outono tornou muitas folhas amareladas e inverno as fez cair, mas a famosa estaçao das flores encarregou-se do melhor. E depois de tanto tempo que as palavras doces ficaram esquecidas que agente aprende a fechar e livro e começar uma outra história..
Tem um castanho-avermelhado lá no fundo do neutro verde, as vezes eu precisava olhar pra percebero quanto tudo em voce me faz feliz.
Eu te amo muito. Muito.