terça-feira, 26 de maio de 2009

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Demónimo e Zephryus

Nesta noite, segui a pé desde a trilha do oeste,
de dentro da terra, exprimia-se um vapor lânguido.

A neblina densa assustava Akopo,
e foi bem difícil acalma-lo.

Três cavaleiros do vento inromperam o caminho,
suas almas eram vis, policroísmo!

Armaduras musselines.
Criaturas malignas que perambulam na noite, presas a corrente de
Zephryus.

Akopo ameaçou disparar, mas não dava pra ver o caminho adiante
apenas uma cortina fria e branca que envolvia toda floresta.

Já não se via abaixo dos joelhos,
os pés mergulharam numa poça de névoa.

O branco entorno de nós dissolvia até nosso medo,
e provocava a negritude da noite.

Continuaremos andando em frente
até que enfim o dia nos alcance.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Super---

Spirit of the Century

Faz algum tempo que tentamos te matar de uma só vez. Com a garganta cortada, o peito traspassado o sangue nojento jorrando em mim, fez de tudo pra continuar vivo.

Permitimos.

Prove a morte devagar, agora. Mas escolha o lado certo pra ficar. Voltaremos em breve.

sábado, 25 de abril de 2009

Fumaça

Fogo Alto - Parte II

Aqueça a flexa do arqueiro
pra ver um alvo acertado.
Se as bruxas ruivas te feriram
livrai de ser ameaçado.

Cobre a porta com espinhos
e guardai tua fraqueza.
Enquanto o ego é dissolvido
contará com a sutileza.

Mas se o medo é passageiro,
pobre ego multilado!
Os locais se confundiram
e um de nós foi condenado.

Caçarás o cão fugido
pra agradar a realeza
a escuridão do teu sorriso
negava em ti qualquer nobreza.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

2.500m do nível do mar


Fogo Alto - Parte I

Quando o calor aumenta e se espalha num corpo inteiro,
ele deve ser levado.
Para além das paredes que transpiram,
e do olho embaçado.

Leve o fogo onde faz frio,
e a umidade tem firmeza.
A névoa envolve a montanha
e a terra é viva com certeza.

É quente a voz no nevoeiro,
e logo o "Eu" fica pesado.
Subindo atrás dos que partiram
tomando gosto do passado.

Queimei enquanto fui sentido,
conforme a minha natureza.
No mar lancei minhas mentiras,
até que as leve a correnteza.

Do alto vê-se o formigueiro
sem o temor de ser picado.
E a chama avisa que seguiram
a velha estrada do condado.



______

OFF:
Existem características únicas que separam o fogo de suas próprias cinzas.
Se o fogo começa, mesmo no chão, sua tendência é subir, ele sempre quer chegar aos céus consumindo tudo o que pode abraçar. No caso das cinzas, mesmo que esta seja gerada nas alturas, seu destino é cair e se espalhar ao pó mundano.

Sabe por que você está enraizado aqui? Estalando e ardendo imóvel, enquanto eu me encarrego de reduzi-lo, digamos assim, a algo menos coeso?

Só para que finalmente eu conheça o chão. O vento já me levou longe demais e a 2.500m o ar não me favorece tanto.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A incrível arte de cozinhar

Sândalo Branco

Me importo com sua parte da língua que percebe o doce sabor dos meus mamilos,
A porta é fechada de dia, e a panela aberta de noite.
O fogo queima e a carne arde.
Cabelo solto, vela... E avelã.

Allspice, molha e tempera!
Azeite e mel es-fre-ga a arte,
Mentrasto, uva, Aloe Vera
Lavanda, lótus, chocolate.

Avança, oh filhos do outono!
comei a flor da primavera.
Desce do seio o cardamomo
Pra invocar a tua fera.

Odor que entrega me ao faminto
que só devora com desejo.
Pimenta, cravo, amendoeiras
Macera, enterra o Paejo.

Escorrega forte, Fricciona
prove a mão da cozinheira
entorna sais e colorais
enquanto rasga a sementeira

Sua o rosto e o ventre ferve
sinfonia que ecoa
respirando acelerado
enquanto o ritmo não destoa

Óleo quente, gema,
e pau de canela.
Corta cebola e o palmito
pra rechear com segurelha.

Aquece o corpo ao forno a lenha
Arqueja o gosto entre o contato
deixai que o orvalho sobrevenha
e inunde o rosto do novato.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Incompleto

Esboço de Homens e Velas

Verifique a caixa!

Guardai de nós o que te faz menino
Que cedo ou tarde a fé alcança
Que fora mesmo protegido
até deixar de ser criança.

Em poucos dias o fogo consome
a última marca feita na vela
se os cães espreitam com muita fome
Aprenda invocar a sentinela.

Verificai a cera!

Brilho intenso no pavio
ilumina o corpo inteiro.
A cera pura faz o fio
a espada o guerreiro.

Se é fogo, que acenda!
mas se terra, que vigorem.
dar-se-á a tua emenda,
e que o reinos te melhorem.

Verificai a chama!

Contornai a velha tríade,
entendei seu fundamento.
Se a brasa te agride.
Recusaram o argumento.

Se por ela condenado
ouvirão teu sofrimento,
Ai de ti, se recusado!
Não terá conhecimento...


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O que vai ter para o jantar?


Sonolência

Venha jantar comigo,
não espere que anoiteça
se ouvirdes o que eu digo
não há mal que lhe aconteça!

Venha jantar comigo,
sob a lua acendei velas!
Sem azeite há perigo,
bradam flores amarelas.

Venha jantar comigo,
alimente a fé quebrada.
Veja como cresce o trigo,
confirmai a tua jornada!

Vem jantar comigo,
há pegadas nesta terra.
Quem já esteve contigo,
Começou aquela guerra!

Vem jantar comigo,
tem sementes, tem canela
rosmarino, basilico
noz-moscada e citronela.

Vem jantar comigo,
clama os pratos da balança.
Enquanto não jantar comigo,
a sua alma não descansa!