quinta-feira, 5 de julho de 2007

Lance, lança, não lança...

Ísis e Maat

O que eu tenho a dizer hoje é que Leknaat está me cansando, me animando e me matando, quase algo vital e perigoso... Estranho e meio vicioso. E eu tenho vontade de segurar o livro nas minhas mãos e ter alguns momentos de uma emoção grande que agora está contida.

Eu mereço descansar dela, ela é realmente mais poderosa que eu.

Eu me rendo.

Ela me consome.

Eis o último conto e eu largo isso tudo.

Jonh Karwik

Na noite dos festivais de primavera, eu a vi na frente da Catedral de Saint Osthwarz na companhia de meu amigo K. Willian. Leknaat me foi apresentada como mulher de um ilustre cientista Austríaco que Willian conheceu dois anos atrás quando foi a Viena, mas sua pele levemente bronzeada e seus finos traços de rosto e corpo me levavam a pensar que se tratava de uma herdeira que viera de algum lugar do Oriente Médio. Meu amigo sumiu sem dar explicações e tive certeza que fora ela que o designara a algum destino misterioso. Preocupei-me, mas a dama parecia doce demais para ser capaz de fazer mal a alguém, ainda mais ao grande K. Willian, que há tempos viaja por toda a Europa sem temer qualquer perigo. Recusei-me desconfiar daquele olhar soturno, coberto de um brilho levemente perigoso, e daquelas palavras envolventes, mas sem que eu percebesse, a dama e seus encantos me conduziam para longe da cidade, para os terrenos escuros, para os portões da velha Haus Boüle* onde desde então parecia soberana sobre cada elemento presente no caminho de seu átrio.
Atravessamos o extenso jardim do casarão, eu observava as assustadoras estátuas de pedra enquanto poucos passos à frente ela desviava dos galhos pontudos das árvores
baixas e finas, não quis temer o estranho perfume de flores mortas que Leknaat deixava para trás, apenas desejava chegar até o fim. E o fim não estava tão longe quanto eu pensava, e quando subimos a escadaria da Haus Boüle, um som suave de arpejos nos recebera na escuridão do salão de entrada, e num momento, num breve lampejo talvez induzido pelo cenário sombrio, vi a figura de Anúbis me cumprimentar com um leve inclinar de cabeça. Os antigos egípcios diziam que ver um cão, a figura que representava Anúbis, no meio da noite era um mau presságio. Era o sinal de que a morte estava por perto. Mas um alemão não se importa com essas religiosidades egípcias pagãs...
Ela me deu a mão quando me viu distraído e me conduziu pelos corredores pressionando os dedos frios sobre os meus, roubando-me o calor das mãos. Naquela noite fria ela me envenenou.

7 comentários:

Arauto dos Mestre disse...

Saudações...

O veneno que corre em suas veias não apenas consumirá o teu corpo, mas te permitirá vislumbrar quão frágeis somos em meio a este mundo desconhecido por aqueles que não conhecem os segredos que a noite teme em esconder.

Seus olhos forão abertos minha cara...

E somente sendo uma Sacerdotisa de Seth, O Senhor dos Céus do Norte, você poderá compreender a magnitude de ser uma filha da noite, uma herdeira do legado de nosso Pai Sombrio, aquele que veio antes do grande mar de areia e o que existirá quando este não mais existir.

Seja bem vinda aos Escolhidos da Noite!

Ass.:

Edward Abbey Mais-Frio-que-a-Morte - Ancião Theurge dos Peregrinos Silenciosos - Oráculo de Thehuti e Antigo Guardião dos Glifos Sagrados do Naos de Anpu do Semi-abandonado Caern dos Mistérios.

Elza disse...

Olá!
Seu blog é muito lindo, tudo nele combina, de total bom gosto!
Parabéns!
=]

Anônimo disse...

Alguém sábio dentre outras coisas, escreveu:
"...Don't write in starlight
'Cause the words may come out real..."
"...Don't dream of women
'Cause they only bring you down"

Cautela, agora.

Anônimo disse...

Olá. Passei aqui para agradecer sua visita e conhecer seu blog.
Gostei bastante do estilo. Parabéns

Anônimo disse...

Quando me falou de um outro conto fiquei de certa forma curioso, não por inteiro, mas de certa forma, gostaria de saber do que se tratava, e não posso negar o indefinível desejo de ler a obra completa... Mas não me deixa fazer isso... isso estragaria a surpresa e o prazer de me deliciar com cada linha de arte expressa nesse novo [velho] trabalho...

Poemista disse...

fofoida
eu vou dar uma passada aki de asa bem larga
mas voce sabe o qto "apreceio" seu talento e enqto voce quisere concordar estarei disposta a divulgar seu traço em minhas andaças
ta uma graça este espaço q acolhe tão bem
qto ao novo design acho anime uma graça mas nunca fez muito minha cabeça
eu curtia o estilo classico daqui
antes
porém o conteudo é cativante
conto com sua presença dia 13 lána Taverna ok
e obrigado por ter abrilhantado o evento do dia 03/07 em meu trabalho,
mesmo sofrendo dos efeitos da Hannitidina
bjo da elfa malukete
hannit

Anônimo disse...

Você ainda vai ficar muito famosa com os contos da Leknaat. Não tenho dúvidas disso.

Espero, do fundo do meu coração, que meu pc volte do hospital a tempo de eu tentar criar alguma arte para a capa do seu livreo, que seja do seu agrado, e que ajude no sucesso do livro.


Bjo, meu amor